Assei minha primeira sobremesa há mais de 26 anos. Este evento influenciou muito minha vida.
Imagine 1993. O país está sofrendo as consequências da perestroika. Tenho 7 anos e fui para o primeiro ano. No final de setembro, a primeira reunião de pais aconteceria na escola. Fiquei muito preocupado com isso.
O fato é que meus amigos mais velhos do pátio me disseram que você não deve esperar nada de bom da reunião de pais. Lembrei-me disso e decidi que, de qualquer maneira, era necessário bajular meus pais, para que eu não voasse.
Agora nem me lembro se tive algum defeito na escola. Mas, aparentemente, algo me preocupou. Decidi que faria um bolo como uma pílula doce para meus pais.
Eu tinha um conceito vago de bolo e decidi que charlotte poderia ser isso.
Aos 7 anos, eu era bastante independente. Muitas vezes ajudava minha mãe na cozinha e a observava cozinhar. Lembrei-me da receita de charlotte de cor. Verifiquei os ingredientes e comecei a cozinhar.
Cortei primeiro as maçãs, só cortei, nem descasquei da casca e do caroço. Em seguida, ele bateu os ovos com o açúcar na batedeira, acrescentou a farinha, misturou. Aí tive que sofrer com o forno.
Nosso forno era a gás e muito velho. Para acendê-lo, eles tiveram que quebrar a proibição dos pais de pegar fósforos. Tive sorte, consegui acender o gás desde o primeiro fósforo.
A massa era misturada com maçãs, despejada em uma forma e levada ao forno para assar. E é aqui que a diversão começa.
Decidi não esperar que a charlotte ficasse assada e fui brincar com os irmãos. Poucos minutos depois, esqueci com segurança da charlotte no forno.
Quando meus pais voltaram para casa, eu estava tão absorto no jogo que nem me importei que o cheiro acre de uma charlotte queimada já viesse da cozinha. Mas isso realmente empolgou minha mãe.
Ela correu para a cozinha e rapidamente descobriu a origem do problema. Charlotte a essa altura já estava coberta com uma crosta escura e começou a fumar. Mas bom, deu tudo certo.
Tive sorte que minha mãe não me repreendeu. E mesmo ao contrário, no futuro ela passou a me envolver ainda mais ativamente na cozinha. Ela me contou as regras de uso do forno e me ensinou como acertar o cronômetro.
A propósito, pude provar minha primeira sobremesa. Mamãe cortou cuidadosamente todas as pontas queimadas da charlotte e serviu o que sobrou dela no chá.
Agora que tenho um filho, entendo como minha mãe agiu sabiamente. Ela não me repreendeu pela iniciativa e me proibiu de tocar no forno, mas, ao contrário, passou a estimular e desenvolver meu interesse pela culinária.
Mãe, eu sei que você está lendo meu blog, muito obrigada!
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