Como trabalhei na Starbucks em um dos maiores shopping centers de Moscou: a história de um fracasso

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Como é bom trabalhar em uma cafeteria! Inspire os aromas de canela, baunilha e outras especiarias. Prepare café aromático para os visitantes e desenhe corações em cada caneca. Torne cada manhã um pouco mais alegre, dê alegria às pessoas e receba sorrisos em troca. Então pensei, enviando meu currículo em resposta a uma vaga.

Mas a realidade acabou sendo muito pior do que eu pensava.

Início do estágio

Minha alegria não teve limites quando recebi o convite para uma entrevista. Passei em todos os testes e me formei com o melhor resultado. Eu estava ansioso para trabalhar de verdade. Várias camisas pólo pretas e sapatos novos estavam esperando nos bastidores. A cafeteria para a qual fui designado ficava em um dos maiores shopping centers de Moscou.

O primeiro dia em um novo lugar foi mais difícil do que eu imaginava. No café, fui carregado de trabalho físico. Mas, como amigos me disseram, essa é uma prática padrão para baristas novatos. Olhei para o futuro com otimismo e acreditei na minha força.

Nos primeiros dias, fui ensinado a organizar mercadorias na vitrine, receber mercadorias de transportadores, trabalhar com a caixa registradora, reorganizar o cronômetro e muitas outras coisas interessantes. A gerente me parecia uma senhora severa.

Mas eu tinha certeza de que poderia entrar no time.

A situação está esquentando

No final da primeira semana, percebi que algo estranho estava acontecendo. Eu era um aluno diligente. Mas o número de comentários não diminuiu, ao contrário, aumentou. Comecei a suspeitar que estava sendo tratado injustamente. E atender a todos os requisitos sem a posse da telepatia não funcionará.

  • Qualquer uma das minhas ações foi criticada impiedosamente. Os requisitos eram frequentemente conflitantes
  • Trabalhei no roteiro: "Seja mais amigável com os clientes, comunique-se com eles."
  • Falei com a senhora da fila: "Não devemos bater papo, mas trabalhar."
  • A caminho da mesa, por causa da qual os convidados acabaram de se levantar: "Bem, você tem um chiqueiro."
  • Eu vim para limpar a mesa com antecedência: "Não fique acima da alma dos convidados."
  • E todos os dias dezenas de situações semelhantes... E um dia eu aprendi que o chão só precisa ser lavado da esquerda para a direita, e da direita para a esquerda é tabu.

A situação foi complicada pelo meu atraso diário. Mas de outra forma eu não poderia. Eu morava no subúrbio e saí de casa às 5 da manhã para pegar o primeiro microônibus e estar no trabalho às 7h10. Mas a jornada de trabalho começava às 7h. E todos os dias fui repreendido por estar atrasado. "Todos os outros funcionários são pontuais." Mas todos os outros funcionários moravam em Moscou. E fisicamente não pude vir antes. Tanto para a sua "agenda gratuita".

Cada vez mais fundo no fundo

Um dia, descobri que alguém havia pontilhado minha jaqueta branca com um marcador preto de caneca. Chorei muito depois do trabalho naquela noite. Pois a jaqueta estragada veio de meus pais. Eu estava começando a trabalhar e tinha pouco dinheiro no bolso, então eles compraram uma jaqueta. As censuras foram injustas, eu não a arruinei. Então, por que eles ralharam comigo e não com aquele que pintou.

O segundo incidente desagradável ocorreu no turno. Havia uma garota na equipe que gostava de esoterismo e lia sua mão. Eu também fiquei curioso, pedi pra ela adivinhar o futuro. Ela disse que "esse padrão está na palma da mão das pessoas com retardo mental". Eu puxei minha mão e disse a ela para calar a boca. O clima estava arruinado, e mesmo o cheiro picante de canela não poderia salvá-lo.

Quanto mais nervoso eu ficava no trabalho, pior ficava. Tenho uma característica tão grande que começo a confundir as sílabas quando estou muito preocupado. E eu estava constantemente preocupado. Os clientes recebiam de mim "expresso" e "chá com hipopótamo" (bergamota). Esses deslizes espontâneos da língua geraram uma nova onda de ridículo.

Por que não fui embora sozinho? O desejo de não desistir e não desistir do sonho jogou uma piada cruel em mim. Eu era muito jovem e nunca enfrentei bullying antes. Em algum lugar do meu coração, continuei a acreditar que com o tempo tudo daria certo.

Demissão

Eu aguentei até um dia. Até a hora do almoço vi o que faltava no meu telefone. Liguei de volta e descobri uma notícia muito triste para mim. E então desabei e comecei a chorar. Tentei firmemente manter meu rosto todo o tempo que trabalhei no café. Mas, neste dia, meus nervos simplesmente passaram.

Quando voltei do almoço, todo em lágrimas, o líder do turno me disse para ir para casa. Naquele momento fiquei até encantado. Eu precisava de tempo para expirar. Cansei de acordar todos os dias às 5 da manhã. E eu achei que a mais velha ainda é uma boa menina, pois ela me deu uma folga.

Quando fui ao café na manhã seguinte, vi que o horário havia mudado. Agora eu tinha apenas algumas horas de trabalho por dia. “Bem, afinal, eles podem fazer uma programação gratuita quando quiserem”, pensei.

Mas quando me disseram que minhas horas foram encurtadas porque “você é histérico e não pode trabalhar com pessoas”, fiquei chateado novamente. Acontece que esse era o plano original. Para me provocar às lágrimas e depois me fazer parecer histérica. Mas eu sei como me controlar. E eu teria continuado, se não fosse por aquela ligação. Não respondi ao comentário cáustico e comecei a trabalhar.

Gostei da nova programação. Comecei a dormir o suficiente e a ver menos meus colegas. Naquele momento, já desenvolvi imunidade a críticas. Passei a gostar do meu trabalho, sem levar em conta a opinião de fora. Mas um dia me disseram que fui demitido porque não havia passado no teste do "convidado secreto".
Três semanas se passaram desde a data da contratação até a demissão. A caderneta de trabalho teve de ser jogada fora e uma nova foi iniciada. Apesar de toda a negatividade, fiquei triste por me separar do café. Então, prometi a mim mesma que definitivamente voltaria quando minha vida fosse feliz. Vou comprar a sobremesa mais cara e um copo de chá. E vou beber com um hipopótamo de pelúcia. Quando minha vida se tornar feliz, absolutamente não me importarei com quem e o que pensa de mim.

Olhando através dos anos

Essa história aconteceu há cerca de 10 anos, então os detalhes podem desaparecer da memória. Agora me pergunto como pude suportar uma atitude ruim comigo mesmo, por que não desisti antes. Talvez não tenha havido experiência de vida suficiente. Ainda adoro fazer café e bastardo com cheiro de canela. Mas agora o café feito por minhas mãos está disponível apenas para um pequeno círculo da elite.

Por que as pessoas me tratam injustamente? Não sei a resposta exata. Mas há um palpite. Nenhum dos meus colegas gostava de trabalhar em uma cafeteria. Eu os ouvi chamando-a de trabalho duro e uma opção temporária.

Nos primeiros dias brilhava de felicidade, mesmo realizando as ações mais simples. Para algumas pessoas, isso é insuportável. Mais tarde, mais de uma vez encontrei as manifestações desse fenômeno.

Voltei ao café com o hipopótamo? Ainda não. Embora minha vida possa ser chamada de feliz. Mas me mudei de Moscou há cinco anos. E quando chego na capital, aquela cafeteria não é nada do meu jeito. Mas talvez um dia eu encontre tempo e cumpra minha promessa.

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